No último sábado, dia 27, com o tema Agricultura Ecológica: cultivando a terra, semeando saberes, o Memorial da Classe Operária e parceiros acolheram o quarto encontro do Ciclo de Diálogos Ecossocialismo ou Barbárie, que contou com a presença de participantes do município de Ribeirão Preto e região, abordando o tema .
O Ciclo de Diálogos é uma iniciativa do Laboratório de Educação e Política Ambiental - Oca / ESALQ-USP e do Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária em Educação e Conservação Ambiental - NACE-PTECA, e consiste na oportunidade de manter um processo contínuo e com periodicidade que produza um movimento de reflexão e ação individual e coletiva, contribuindo com o fortalecimento da potência de ação de cada um e do coletivo, tendo como objetivo estimular e apoiar a realização de análises de conjuntura sobre o campo socioambiental e diálogos que potencializem a ação educadora e de transição para sociedades sustentáveis.
Denise Amador, do Projeto Arte na Terra, conversou sobre a importância da construção conjunta e do espaço de empoderamento como forma de refletir e interpor a barbárie à qual estamos submetidos, encontrando coletivamente outras formas diferentes e viáveis de produção e vida. Expôs sua experiência em agrofloresta e o trabalho de educação ambiental desenvolvido no Projeto. Falou também sobre a importância desse sistema de cultivo e o resgate do ser humano como ser biológico, além da necessidade de reconexão do homem com a natureza em contraponto ao que tem ocorrido nos sistemas de produção como a monocultura, que desencadeia o empobrecimento da terra.
Fulvio Iermano, do Movimento Slow Food, também enfatizou a desconexão do homem com a natureza destacando a necessidade de uma auto-análise sobre as incoerências individuais e a necessidade de repensar as atitudes, buscando a mudança do individual para o coletivo, com foco na coerência daquilo que se combate. Comentou que a educação é o caminho de redescoberta do coletivo, da cooperação e da preservação da diversidade. Destacou a necessidade da maior participação da sociedade civil nas decisões das políticas públicas e nos programas institucionais e formais existentes e mencionou algumas campanhas do Movimento Slow Food, como transgênicos, "slow fish" - a pesca predatória acabando com os oceanos, mortandade das abelhas, etc.
Vandeí Junqueira, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, contou sua experiência e histórico do movimento nesta região, que culminou com o assentamento da Fazenda da Barra e especificamente o Assentamento Mário Lago. Falou do percurso, amadurecimento e processo educativo pelo qual os assentados passaram nestes anos desde o decreto da reforma agrária, da importância dos resultados de produção agroecológica, mudança do aspecto geográfico da área da antiga fazenda, da implantação do sistema agroflorestal, do respeito à preservação ambiental, plantio de área de reserva e discussão a nível nacional dos rumos do processo de produção no país. Destacou também que este processo resultou em mudanças de paradigmas e conceitos nos próprios assentados, através de programas de capacitação e parcerias com a sociedade civil.
Após todas as apresentações criou-se um espaço intitulado "bons encontros", onde o grupo apresentou sobre os possíveis caminhos e espaços para a realização de ações educativas ambientais em nosso território, em busca de uma sociedade mais sustentável.
Foi sugerido pelas organizadoras a participação no encontro da Rede ProsEAndo de Ribeirão Preto como encaminhamento deste dia.
Houve também participação do MST com venda de produtos agroecológicos vindos do Assentamento Mário Lago, venda de camisetas dos parceiros, café com degustação de PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais) e esquete teatral.
Bate-papo com palestrantes
Produtos agroecológicos do MST
Camisetas dos parceiros
Café com PANC
Esquete teatral
Rodas de bons encontros
Equipe organizadora: Edna, Simone, Juliana, Ricardo e Carmem
Equipe que preparou o café com PANC: Alan, Karina e Claudia
Participantes, organizadoras, palestrantes e demais colaboradores
No dia 04 de fevereiro de 2015 foi realizado um
debate sobre o tema “Educação Ambiental, Agrobiodiversidade e Geopolítica” no
campus da USP, em Piracicaba. O evento, organizado pelo Laboratório de Educação e Política Ambiental - Oca / ESALQ-USP e o Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária em Educação e Conservação Ambiental - NACE-PTECA,
inaugurou o Ciclo Ecossocialismo ou Barbárie - Diálogos Sobre Educação Ambiental, Agrobiodiversidade e Políticas Públicas de Transição para Sociedades Sustentáveis.
O Ciclo tem como objetivo proporcionar uma análise compartilhada
de conjuntura e o diálogo, fortalecendo e estimulando a organização comunitária
comprometida com a construção de sociedades sustentáveis. Deverá
ocorrer através de encontros periódicos em diferentes territórios do país até 2016, em
parceria com instituições locais apoiadoras e também será transmitido ao vivo
pela internet. Neste primeiro evento, o que mais se destacou foi a contribuição
intelectual e a motivação pelo testemunho de vida que cada um trouxe ao diálogo
e que transmite para esta difusa causa coletiva.
O Coletivo Educador Ipê Roxo esteve presente e apoiará um próximo encontro a ser realizado em Ribeirão Preto, em junho de 2015. Assista aqui ao vídeo do evento e conheça o documento orientador do Ciclo clicando aqui.
Os principais objetivos da Conferência foram criar
oportunidades para a partilha de experiências internacionais e locais em
Educação Ambiental (EA) e Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) e
contribuir para o fortalecimento de redes articuladas nessa área.
Ao longo de uma semana, mais de 200 participantes
de todo o Brasil e de outros 17 países apresentaram 190 trabalhos em três
áreas: Educação Ambiental e biodiversidade, Educação Ambiental em escolas e
instituições de ensino superior e Educação Ambiental e gestão participativa em
comunidades rurais e tradicionais. Especialistas vindos da África do Sul,
México, Colômbia, Malásia, Quênia, China e do Brasil trataram desses temas em
debates, palestras, workshops e vivências.
O Coletivo Educador Ipê Roxo esteve presente no evento compartilhando a experiência elaborada por Edna, Dani, Marisa e Simone. Trata-se do curso Água, Sociedade e Natureza, realizado entre setembro de 2012 e março de 2013, no Complexo Ribeirão Verde, área de recarga do Aquífero Guarani, no município de Ribeirão Preto/SP.
A próxima
Conferência será realizada em 2015 na Malásia e todos estão convidados a
participar.
Com a presença de aproximadamente 300 pessoas de
vários locais do país, dialogou-se sobre possibilidades e caminhos para a realização
de uma educação ambiental efetiva no cotidiano de organizações governamentais e
não governamentais formalmente comprometidas com a educação e o
ensino/aprendizagem ou que a isso se dedicam por caminhos não formais e
informais.
Esses diálogos se desdobraram na análise sobre a
oportunidade de um projeto de pesquisa cooperativa que tenha como foco
processos de intervenção educadora voltados à formação de gestores e animadores
de políticas públicas locais no campo da educação ambiental.
O simpósio teve 178 trabalhos inscritos, divididos
entre ensaios teóricos, resultados de pesquisa e relatos de experiência.
Desses, 96 foram aprovados e efetivamente apresentados no evento. Houve participação de pessoas de 16 estados brasileiros, das cinco regiões do país, além de pesquisadores
do Peru, Espanha e Portugal.
Dados sobre o perfil dos participantes e dos
trabalhos inscritos e apresentados, vídeos das mesas redondas e entrevistas com
alguns dos participantes podem ser lidos e vistos no endereço do evento:
htpp://simposioppea.wordpress.com.
O Coletivo Educador Ipê Roxo de Ribeirão Preto e a
Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil apresentaram painel sobre o processo
de construção da Política Municipal de Educação Ambiental de Ribeirão Preto que
vem acontecendo. Construída de forma coletiva, participativa e já aprovada
pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, agora está em análise no
Conselho Municipal de Educação.